Prefeito
suspende alvará do Instituto Royal por 60 dias
Um dia depois de ter vistoriado as
instalações e considerado que estavam aptas a funcionar, o prefeito de São
Roque, Daniel de Oliveira Costa (PMDB), suspendeu nesta sexta-feira, 25, por 60
dias, o alvará de funcionamento do Instituto Royal. Segundo ele, a suspensão
resultou de um acordo com o próprio instituto para que sejam apuradas denúncias
de maus-tratos dos animais.
O prefeito recebeu deputados federais
que integram uma comissão externa da Câmara criada para apurar os supostos
maus-tratos aos cães. O instituto foi invadido na madrugada do último dia 18
por ativistas que retiraram 178 cães da raça beagle, usados em testes com
medicamentos. As instalações foram depredadas.
Os parlamentares Iara Bernardi
(PT-SP), Ricardo Tripoli (PSDB-SP), Ricardo Izar (PSD-SP) e Protógenes Queiroz
(PC do B-SP) cobravam o imediato fechamento da unidade por entender que existem
práticas de maus-tratos. O grupo se dirigia, no início da noite, ao instituto
para vistoriar as instalações na companhia do deputado estadual Feliciano Filho
(PEN) que também estava na cidade.
O prefeito seguiu para o local
para notificar os funcionários que lá estivessem sobre a paralisação das
atividades. No dia anterior, ele dissera que as instalações eram adequadas para
as pesquisas feitas pelo instituto e que não via razão para suspender o alvará.
Mais cedo, os parlamentares haviam se
reunido com o promotor Wilson Velasco Júnior, que investiga denúncias de maus
tratos contra os animais desde 2012, e sugeriram que o Ministério Público
Estadual enviasse à Justiça um pedido de fechamento do instituto.
O grupo também conversou com o
delegado do município, Marcelo Pontes, que até quinta-feira estava à frente das
investigações. O caso, agora, é apurado pela Delegacia de Investigações Gerais
(DIG), de Sorocaba.
De acordo com o deputado
Protógenes, presidente da comissão, o objetivo é reunir novos documentos que
comprovem os maus-tratos sofridos pelos cães.
"Já temos documentos que
provam o que os animais passavam no local. Queremos fechar essa instituição e
fiscalizar os R$ 5 milhões de recursos públicos que foram repassados ao
instituto", disse. Ele considera importante recuperar os 178 cães levados
durante a invasão para que passem por perícia. Até quinta-feira, 24, apenas
três animais tinham sido recuperados.
Os deputados tiveram acesso a uma
relação de fornecedores de cães da raça beagle ao instituto e constaram que,
entre eles, figura a Fazenda Angolana, também localizada em São Roque. O
documento mostra que o instituto tinha muitos fornecedores e que a fazenda
fornecera, no período de dois anos, três animais.
Os donos da fazenda, que vêm sendo
ameaçados por ativistas, haviam negado a venda de beagles ao Royal. Na relação,
há indícios de que o instituto vendia os cães após os testes. A direção do
instituto divulgara que os cães eram doados, e não vendidos, após os testes.
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